Bar próximo a penitenciária em MG vira alvo de investigação após sinal de Wi-Fi alcançar celas
08/10/2025
(Foto: Reprodução) Polícia apreende aparelho em bar que mandava internet a presídio de Teófilo Otoni
A Polícia Civil iniciou uma investigação após constatar que o sinal de internet de um bar próximo à Penitenciária de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, chegava até o interior das celas. Detalhes sobre caso foram divulgados nesta quarta-feira (8), após alerta feito pela Polícia Penal, que identificou o sinal ativo dentro do presídio.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Artur Viveira, a senha do Wi-Fi era extremamente simples, apenas os números de 1 a 9, o que facilitava o acesso por qualquer pessoa nas proximidades. Ele explicou que o sinal seguia ativo mesmo após tentativas administrativas de bloqueio.
“A Polícia Penal nos procuraram há cerca de uma semana. O sinal causava estranheza porque era praticamente aberto, com senha padrão e acessível de dentro do presídio”.
📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 Vales no WhatsApp
Penitenciária de Teófilo Otoni
Guilherme Dardanhan/ALMG
Ainda segundo a PC, o sinal partia de um bar localizado a aproximadamente 200 metros da penitenciária. Uma análise técnica realizada em conjunto com o provedor de internet confirmou a origem do sinal, o que levou ao cumprimento de mandados de busca e apreensão na residência e no bar do responsável.
“Na casa dele, nada foi encontrado. Mas no bar havia um repetidor com alcance de até 400 metros, suficiente para atravessar vários quarteirões e alcançar o interior da penitenciária”, explicou.
O dono do bar foi ouvido e disse à polícia que contratou o serviço para viabilizar vendas e recebimentos via Pix no estabelecimento. Apesar disso, chamou a atenção o uso do repetidor de longo alcance.
“Causou estranheza que o sinal chegava com força justamente ao pavilhão onde o filho dele cumpre pena. Não há ilegalidade em ter Wi-Fi, mas o uso do equipamento potente em área próxima ao presídio levanta suspeita”, disse o delegado.
Contravenção penal
De acordo com Artur Vieira, a apuração agora é para saber se houve intenção criminosa de facilitar a comunicação com internos do sistema prisional. Caso isso seja comprovado, o responsável poderá responder por contravenção penal.
“Existe uma contravenção específica para quem facilita meio de comunicação dentro do presídio. Se ficar comprovada essa intenção, será enquadrado. Caso contrário, o fato é considerado atípico criminalmente, mas os equipamentos seguem apreendidos”, disse.
Repetidor alcançava celas do presídio, segundo a polícia
Polícia Civil
O delegado também explicou que a penitenciária foi construída em uma área com baixa cobertura de sinal, justamente para evitar comunicação externa. E acrescentou que a Polícia Penal faz vistorias rotineiras e encaminha para a Civil os casos que demandam investigação criminal.
"Essa batida ocorre de tempos em tempos. E quando eles entendem que há algum fato que necessita de uma apuração mais aprofundado do ponto de vista criminal, eles nos encaminham. Até o momento nada foi apreendido", afirmou.
📱Baixe o app do g1 para ver notícias do Leste e Nordeste de Minas em tempo real e de graça
VEJA TAMBÉM:
Homem morre em confronto com a PM em Teófilo Otoni
Vídeos do Leste e Nordeste de Minas Gerais
Veja outras notícias da região em g1 Vales de Minas Gerais.